sábado, 31 de março de 2012

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Juiz marca primeira audiência do caso Eric Ferraz.( Modelo assassinado). GAZETAWEB

Mesmo com apenas um dos acusados de assassinar o modelo Eric Ferraz preso – o policial civil Jaysley Leite de Oliveira, que é irmão do foragido da Justiça, Jurdaley Oliveira – o juiz da Comarca de Viçosa, Luciano Andrade Souza, marcou, para o dia 25 de abril, a primeira audiência para ouvir as testemunhas e interrogar o policial civil acusado no crime que chocou a população de Viçosa na festa de réveillon de 2011.

Na audiência de instrução, a primeira do caso, o juiz pretende interrogar o policial civil que é acusado de assassinar junto com o irmão o modelo Eric Ferraz; e ouvir as testemunhas de defesa e acusação que presenciaram a briga.
“Nesta primeira audiência o objetivo é ouvir as partes – acusação e defesa – para confrontar as informações e entender o que de fato aconteceu no dia crime. A audiência é fundamental porque nela é onde se constrói a base para outras etapas que culminarão no julgamento”, expôs o juiz ao lamentar a ausência do segundo acusado.

Babá de luxo, brasileira é disputada por celebridades nos Estados Unidos Zenaide Muneton é uma das babás mais bem pagas de NY, diz agência. Ela recebe salários equivalentes a mais de R$ 27 mil por mês -G1


A paulistana Zenaide Muneton passou a última semana sendo entrevistada por celebridades e famílias milionárias dos Estados Unidos. Durante o processo de seleção para trabalhar como babá dos filhos de algumas das pessoas mais ricas e famosas do país, é ela quem vai definir quem vai contratá-la. Mesmo assim, há uma forte disputa pela chance de pagar a ela um salário equivalente a mais de R$ 27 mil por mês por seus serviços.
A babá brasileira Zenaide Muneton, com duas crianças de quem cuidava em Nova York (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)A babá brasileira Zenaide Muneton, com duas crianças de quem cuidava em Nova York (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
“Quero encontrar uma família legal, com ótimas crianças e com quem possa viajar”, disse Zenaide em entrevista ao G1, por telefone, em meio ao processo de “seleção” do seu próximo empregador. “Sou eu que escolho com quem vou trabalhar, e já falei com um monte de gente conhecida”, disse.

MOTEL NO KUWAIT - NINGUÉM BROCHA








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sexta-feira, 30 de março de 2012

AEROPORTOS PRIVADOS


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JB NA HISTÓRIA


30 de março de 1972: O primeiro Grande Prêmio Brasil de F1

O primeiro Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Jornal do Brasil: Sexta-feira, 31 de março de 1972.
O Grande Prêmio de Fórmula 1 foi realizado pela primeira vez no Brasil no autódromo de Interlagos, na capital paulista, numa quinta-feira à tarde. Embora ainda não fizesse parte do calendário oficial da FIA (Federation Internationale de L’Automobile), contou com a presença dos grandes astros da modalidade na época, que se posicionaram na seguinte ordem na largada: Emerson Fittipaldi (Brasil/Lotus 72 D), Carlos Reutemann (Argentina/Brabham BT 34), Ronnie Peterson (Suécia/March 721), Wilson Fittipaldi (Brasil/Brabham GT 33), David Walker (Austrália/Lotus 72 D), Jean-Pierre Beltoise (França/BRM P 160), José Carlos Pace (Brasil/March 711), Henri Pescarolo (França/March 721), Luis Pereira Bueno (Brasil/March 711), Peter Gethin (Inglaterra/BRM P 160), Helmut Merko (Áustria/BRM P153) e Alex Soler Roig (Espanha/BRM P153).


Outras efemérides de 30 de março
1965: A história do monumento a dom Pedro I
1981: Lindomar Castilho, símbolo de violência doméstica contra a mulher
1981: Presidente Reagan sofre atentado a bala

O percurso de Interlagos media 7960 m, com destaque para quatro curvas mais sinuosas, consideradas as mais perigosas do circuito. A prova foi disputada em 37 voltas, totalizando 293,52 km. O favoritismo de Emerson não se confirmou. Apesar da acirrada disputa no início da prova, quando vários carros se revezaram na liderança, Emerson, logo retomou a dianteira que administrou com facilidade até que a quebra de uma peça da suspensão traseira fez com que ele abandonasse a pista faltando pouco mais de cinco voltas para o fim. O maior beneficiado foi o argentino Reutmann que cruzou a chegada após 1h37m16s248mil e conquistou o lugar mais alto do pódium, ao lado de Ronnie Peterson (2º colocado) e Wilsinho (que ficou em 3º).

A BUNDA MAIS BONITA NÃO É NECESSARIAMENTE A MAIOR BUNDA


UM TEXTO DE RONALD MENDONÇA


LUTO E GLÓRIA


RONALD MENDONÇA

MÉDICO E MEMBRO DA AAL

O ex-presidente Lula pode correr para o abraço: está "curado" do câncer que ameaçava detonar laringe
e voz. Certamente, Deus na sua infinita misericórdia obrou a seu favor, ainda que contando com um
leve auxílio do Sírio-Libanês (inacessível a cerca de 99% da população). Mas isso é um mísero detalhe se
reconhecermos o bem que esse cidadão fez e fará pelas pessoas. Afinal de contas, familiares e amigos
ainda precisam muito dos seus préstimos.

Igual destino não tiveram o escritor, teatrólogo e cartunista Millor Fernandes e o humorista Chico
Anísio. Tudo bem que as doenças e, sobretudo, as idades pesaram no desfecho. Fernandes tinha quase
90 anos. O cearense Chico viveu até os 80, bastante se olharmos seu estilo de vida um tanto "libertino".
O fato é que o país enlutou-se com a morte de ambos.

Na verdade, o humorista, ator e pintor (além de outras habilidades) estava na marca do pênalti há
alguns meses. Crítico e engraçado, conseguiu construir, a partir da sua feiúra física, tipos inesquecíveis.
Com certeza não posava de "ideológico". Estava mais para o tipo que perdia o amigo mas não perdia
a piada. Já era um nome forte na comédia antes de 1964. Depois do golpe, teve toda uma matéria
prima de excepcional qualidade para desenvolver o humor, embora não tenha sido um contestador
sistemático.

Chico Anísio sabia como era difícil a arte que abraçou. Com efeito, fazer rir sempre não deve ser
moleza. Nesse aspecto, desempenhou papel importantíssimo, segundo os especialistas, ao resgatar
e abrigar no seu programa, creio que ainda no fastígio da carreira, velhos humoristas em declínio e
também novos em ascensão. Fez escola.

Soa inútil comparar Millor a Chico Anísio. Utilizando outras ferramentas, sem dúvidas mais elaboradas e
de acesso mais complicado, a linguagem do jornalista era singular. Teatrólogo, tradutor, escritor, poeta,
era um intelectual refinado, um crítico atento, sem peias. Combateu a ditadura, certamente com o
mesmo vigor com que se insurgiria contra outras ditaduras. Seu humor era mais sofisticado, algumas
vezes hermético.

Tido como um dos maiores frasistas brasileiros, não fazia segredos do desprezo por Machado de Assis.
Foi cáustico com colegas jornalistas que se beneficiaram do "bolsa-ditadura", sinecura de duvidosa
moralidade. Não sei se fazia tipo ao se confessar machista. Resumiria sua definitiva rendição ao sexo
oposto ao afirmar que o movimento feminino que mais o entusiasmava era o dos quadris.

'Se eu perdesse a voz, estaria morto', diz Lula - JB


O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que teve mais medo de perder a voz do que de morrer após a descoberta do câncer na laringe. "Se eu perdesse a voz, estaria morto", disse ele em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a primeira após o desaparecimento do tumor. 
Lula se emocionou ao citar o vice-presidente José Alencar, que morreu de câncer há um ano. "Hoje é que eu tenho noção do que o Zé Alencar passou". O ex-presidente também falou sobre o tratamento a que foi submetido - quimioterapia e radioterapia. "A gente não sabe o que é pior (...). Para mim, os dois são um desastre. Um é uma bomba de Hiroshima e, o outro, eu nem sei que bomba é", disse.

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A MUITOS PEDIDOS, NOVAMENTE, MARTINHA, A COROA DONA DO BAR CELONA


ALAGOINHA - PONTA VERDE - MACEIÓ


BLOG DO ÊNIO LINS: Ao mestre Millôr Fernandes, com muito carinho e admiração


Millôr Fernandes é um de minhas referências para o jornalismo em geral e para o humor em particular. Iconoclasta radical, dono de uma criatividade inextinguível, vive para sempre a partir desta quarta-feira.
O acima-assinado à direita de Millôr, vendo-se ainda Paulo Poeta e Rita, todos nós no saudoso Casablanca, numa tarde de domingo
Tive a honra de farrear com ele uma única vez, aqui mesmo nas Alagoas, conforme atesta foto acima, já ao final da agenda.
Millôr é figura única em nossa imprensa, onde garantiu presença destacada por meio século, sempre destilando cultura no mais alto nível e, quando sempre, uma boa dose de veneno contra gregos, troianos e, mui especialmente, quem quer que se julgasse além da conta. Nariz empinado não era com ele.
Uma de suas peças, “Liberdade, Liberdade”, foi uma das duas ou três que tive a satisfação de participar das famosas leituras teatralizadas (prática usada como precursora para a decisão acerca da montagem); na obra citada, me chamou a atenção a erudição e o destemor dele em identificar e reproduzir uma canção dos fascistas espanhóis como exemplo de composição onde a palavra liberdadeera usada magistralmente. E o era. A peça era uma denúncia da direita, publicada nos anos de chumbo, e mesmo assim o autor não deixou passar a oportunidade de alfinetar os esquerdismos e a visões estreitas sobre quem teria a propriedade sobre o tema.
Uma de suas criações mais famosas é a história em quadrinhos “(Esta é) A verdadeira história do paraíso”, editada originalmente em capítulos periódicos em O Cruzeiro, teve sua publicação sustada por pressões de radicais ligados a Igreja Católica; anos depois da primeira tentativa transformou-a em livro, numa pioneira e ousada revisão dos mitos bíblicos da criação.
Millôr foi jornalista, escritor, cartunista, poeta, dramaturgo, tradutor e -essencialmente – polemista. Foi um inovador, mantendo-se sempre na vanguarda em seu tempo, trazendo técnicas diferenciadas (como o uso da aquarela no cartum) e as abordagens filosóficas em quadrinhos. Dele foram os primeiros desenhos feitos através de computador usados na mídia impressa brasileira, em alguns casos lançando mão das impressoras matriciais (enquanto a digitalização não alcançava os níveis comuns de hoje).
Mais informações sobre ele estão disponíveis na rede. A wikipédia oferece um bom resumo, inclusive explicando o quase inexplicável nome do cidadão. Visite lá o verbete millor e me economize tempo.
Ao mestre Millôr, este modesto tributo de um admirador.

NANI - CHARGE ONLINE


NANI - CHARGE ONLINE


MIGUEL - CHARGE ONLINE


Sakamoto: Aqui, a pedofilia encontra terreno fértil para crescer Que a pedofilia encontra no Brasil um terreno fértil com muitos seguidores, isso é sabido. Imaginem o que seria desta nossa sociedade patriarcal e machista sem as revistas masculinas que transformam moças de 18 anos em meninas de 12?


Afinal de contas, se tem peito e bunda, se tem corpo de mulher, está pronta para o sexo, não é mesmo? E se está pronta para o sexo, por que não ganhar uns trocados para ajudar no orçamento familiar?

Ao julgar o caso de um homem acusado de estuprar três meninas de 12 anos, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça considerou que ele não cometeu crime porque as meninas já eram prostitutas. “As vítimas (…) já estavam longe de serem inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo. Embora imoral e reprovável a conduta praticada pelo réu, não restaram configurados os tipos penais pelos quais foi denunciado”, afirmava o acórdão.

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UM TEXTO DE OLAVO DE CARVALHO



Militares e a Memória Nacional
Olavo de Carvalho - Filósofo e Cientista
Político

 Como todos os meninos da escola na
minha época, eu não podia cantar o Hino Nacional ou prestar um juramento à
bandeira sem sentir que estava participando de uma pantomima. A gente ria às
escondidas, fazia piadas, compunha paródias escabrosas.

 Os
símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só igualado,
de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente ridicularizados
e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade dos pais. Os
professores nos repreendiam em público, mas, em segredo, participavam da gozação
geral.

 Cresci, entrei no jornalismo e no Partido Comunista,
freqüentei rodas de intelectuais.

 Fui parar longe da atmosfera da
minha infância, mas, nesse ponto, o ambiente não mudou em nada: o desprezo, a
chacota dos símbolos nacionais eram idênticos entre a gente letrada e a turminha
do bairro.

 Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados
pelo prestígio de atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande
Graciliano Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era "uma
estupidez"?

 Mais tarde, quando conheci os EUA, levei um choque.
Tudo aquilo que para nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam
infinitamente a sério.

 Eles eram sinceramente patriotas, tinham um
autêntico sentimento de pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos
frutos do presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo
oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento.

 E
não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar social. Mesmo
pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos, orgulhosamente
americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os tratava mal,
consideravam que os seus problemas eram causados apenas por maus políticos que
traíam os ideais americanos.

 Correspondi-me durante anos com uma
moça negra de Birmingham, Alabama. Ali não era bem o lugar para uma moça negra
se sentir muito à vontade, não é mesmo?

 Mas se vocês vissem com
que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu país! E não só do seu país:
também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu Jesus. Em nenhum momento a lembrança
do racismo parecia macular em nada a imagem que ela tinha da sua pátria.


 A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela,
generosa. A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar
de matava de vergonha.

 Se alguém no Brasil dissesse essas coisas,
seria exposto imediatamente ao ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor
ou condenado como reacionário um integralista, um fascista.

 Só
dois grupos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante com que
os americanos falavam da América.

 O primeiro era os imigrantes:
russos, húngaros, poloneses, judeus, alemães, romenos. Tinham escapado ao terror
e à miséria de uma das grandes tiranias do século (alguns, das duas), e
proclamavam, sem sombra de fingimento: "Este é um país abençoado!" Ouvindo-nos
falar mal da nossa terra, protestavam: "Vocês são doidos.

 Não
sabem o que têm nas mãos".Eles tinham visto coisas que nós não imaginávamos,
mediam a vida humana numa outra escala, para nós aparentemente inacessível.
Falávamos de miséria, eles respondiam: "Vocês não sabem o que é
miséria".Falávamos de ditadura, eles riam: "Vocês não sabem o que é ditadura".


 No começo isso me ofendia. "Eles acham que sabem tudo", dizia com
meus botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito,
para entender que tinha razão, mais razão do que então eu poderia imaginar.


 A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito,
para meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e
seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim.


 Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer
diariamente um franco assado por dois dólares é um país abençoado, e as pessoas
querem me bater.

 Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um
frango na Rússia, na Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos.


 Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são
propriedade pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está
fora do mundo, tem uma medida errada da realidade.

 O outro grupo
onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem conhece-lo, sem
saber nada sobre ele exceto o que ouvia de seus inimigos, mais temi e abominei
durante duas décadas: os militares.

 Caí no meio deles por mero
acaso, por ocasião de um serviço editorial que prestava para a Odebrecht que me
pôs temporariamente de editor de texto de um volumoso tratado O Exército na
História do Brasil.

 A primeira coisa que me impressionou entre os
militares foi sua preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do
Brasil.

 Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse
em mãos a responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que
eram militares teriam a impressão de estar diante de candidatos em plena
campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando subir nas
pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas.

 Quando
me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou possibilidade
de ascensão social senão as promoções que automaticamente lhes viriam no quadro
de carreira, no cume das quais nada mais os esperava senão a metade de um
salário de jornalista médio percebi que seu interesse pelas questões nacionais
era totalmente independente da busca de qualquer vantagem pessoal.


 Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao
passado histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país, e consideravam
que era do seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada ganhariam
com isso senão antipatias e gozações.

 Do mesmo modo, viam os
símbolos nacionais - o hino, a bandeira, as armas da República - como
condensações materiais dos valores que defendiam e do sentido de vida que tinham
escolhido. Eles eram, enfim, "americanos" na sua maneira de amar a pátria sem
inibições.

 Procurando explicar as razões desse fenômeno, o próprio
texto no qual vinha trabalhando me forneceu uma pista.

 O Brasil
nascera como entendida histórica na Batalha dos Guararapes, expandira-se e
consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas militares e alcançara
pela primeira vez, um sentimento de unidade autoconsciente por ocasião da Guerra
do Paraguai, uma onda de entusiasmo patriótico hoje dificilmente imaginável.


 Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional,
senão a recordação de uma epopéia vivida em comum?

 Na sociedade
civil, a memória dos feitos históricos perdera-se, dissolvida sob o impacto de
revoluções e golpes de Estado, das modernizações desaculturantes, das modas
avassaladoras, da imigração, das revoluções psicológicas introduzidas pela
mídia.

 Só os militares, por força da continuidade imutável das
suas instituições e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva
da construção nacional.

 O que para os outros eram datas e nomes em
livros didáticos de uma chatice sem par, para eles era a sua própria história, a
herança de lutas, sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde
brotava o sentido de suas vidas.

 O sentimento de "Brasil", que
para os outros era uma excitação epidérmica somente renovada por ocasião do
carnaval ou de jogos de futebol (e já houve até quem pretendesse construir sobre
essa base lúdica um grotesco simulacro de identidade nacional), era para eles o
alimento diário, a consciência permanentemente renovada dos elos entre passado,
presente e futuro.

 Só os militares eram patriotas porque só os
militares tinham consciência da história da pátria como sua história pessoal.


 Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e
atomizada, é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que induzidas do
Exterior ou forçadas por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas apagam do
dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e falseiam por completo
a sua imagem do passado.

 De uma geração para outra, os registros
desaparecem, o rosto dos personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se
perde para ser substituído, do dia para a noite, pela fantasia inventada que se
adapte melhor aos novos padrões de verossimilhança impostos pela repetição de
slogans e frases-feitas.

 Toda a diferença entre o que se lê hoje
na mídia sobre o regime militar e os fatos revelados no site de Ternuma vem
disso. Até o começo da década de 80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que
fosse, ignorava que havia uma revolução comunista em curso, que essa revolução
sempre tivera respaldo estratégico e financeiro de Cuba e da URSS, que ele havia
atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as
guerrilhas, sendo novamente derrotada.

 Mesmo o mais hipócrita dos
comunistas, discursando em favor da "democracia", sabia perfeitamente a nuance
discretamente subentendida nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por
democracia nenhuma, mas pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes
da Conferência Tricontinental de Havana.

 Passada uma geração tudo
isso se apagou. A juventude, hoje, acredita piamente que não havia revolução
comunista nenhuma, que o governo João Goulart era apenas um governo normal
eleito constitucionalmente, que os terroristas da década de 70 eram patriotas
brasileiros lutando pela liberdade e pela democracia.

 No Brasil, a
multidão não tem memória própria. Sua vida é muito descontínua, cortada por
súbitas mutações modernizadoras, não compensadas por nenhum daqueles fatores de
continuidade que preservava a identidade histórica do meio militar.


 Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de
continuidade familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas
forças estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino.

 Quem
dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e colocará o
povo no rumo de um futuro fictício.

 Por isso o site de Ternuma é
algo mais que a reconstituição de detalhes omitidos pela mídia.

 É
uma contribuição preciosa à reconquista da verdadeira perspectiva histórica de
conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores maquiavélicos,
oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.

 Perguntam-me se
essa contribuição vem dos militares? Bem, de quem mais poderia vir?





"...É graças aos soldados,
e não aos sacerdotes, que podemos ter a religião que desejamos. É graças aos
soldados, e não aos jornalistas, que temos liberdade de imprensa. É graças aos
soldados, e não aos poetas, que podemos falar em público.   É graças aos soldados, e não aos professores, que existe
liberdade de ensino. É graças aos soldados, e não aos advogados, que existe o
direito a um julgamento justo. É graças aos soldados, e não aos políticos, que
podemos votar..."

   
                     
                     
                     
                     
   Barack Obama