quinta-feira, 31 de maio de 2012

UM TEXTO DE ALBERTO ROSTAND


TINHA TUDO PARA SER DIFERENTE…
Alberto Rostand Lanverly
Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e da Academia Maceioense de Letras
                
Dizem ser, uma das maiores causas de acidentes, o excesso de confiança. Por definição, tudo quanto ocorre de forma imediata é o que faz alguém perceber o resultado, naquele mesmo instante. Por outro lado, se o homem é afetado, vagarosamente, ele está sendo aviltado “mediatamente”.
Por incrível que pareça, a quase totalidade da sociedade brasileira é maculada a “conta-gotas”, quer seja quando os mandatários “da hora” distribuem “bolsas financeiras” de todos os tipos, para os menos aquinhoados, ao invés de lhes oferecer “educação”, única possessão que ninguém pode roubar, ou sendo assaltado por delinqüentes, no belíssimo “Corredor Vera Arruda”, lá na Jatiúca, e, até, constatando a passividade com que todos tomam conhecimento das “manchetes” negativas que ornamentam as revistas, jornais e programas de rádio ou TV, sem tecer um único comentário, mesmo sabendo que a situação está critica.
Como professor universitário, busco convidar os expoentes da engenharia, em nosso Estado, para ministrarem “palestras” aos alunos das quatro diferentes disciplinas que leciono. São profissionais que, décadas atrás, pontificaram em suas áreas, muitos deles até como docentes da Instituição à qual, orgulhosamente, pertenço. Faço isto porque entendo: “sem passado não existe futuro”. Fico impressionado quando estes “homens e mulheres” quedam, “boquiabertos”, ao adentrar à sala de aula, principalmente com a forma de “vestir” de nossos jovens. Eu, entretanto, sou feliz, porque acompanho a evolução comportamental dos “mais novos” e posso, com facilidade, melhor entender minhas filhas, que, também, agem de forma idêntica.
            Contudo, mesmo conseguindo me adequar a muitos fatos da atualidade, continuo a me impressionar, com aqueles que, possuindo o poder, não hesitam em roubar, imaginando que a inteligência alheia é fossilizada e parou no passado. Ultimamente, mais um rumoroso caso agitou nossa Alagoas. Dirigentes presos, a classe política cada vez mais desacreditada, e, o mais triste, colocando no fundo do poço o nome de um jovem executivo, que por ter visto criança, um dia acretitei, “tinha tudo para ser diferente”.
O pior destes episódios inescrupulosos, é que, com certeza, “inocentes” serão envolvidos no rastro dos desmandos praticados por homens atormentados pelo pecado original de seus instintos, desnudando a verdade: a “corrupção” está sendo praticada sob todos os sistemas de governo. No democrático, é mais simples pela mera razão de que mais pessoas tem a oportunidade de agir à custa do Estado. No regime autocrático o espólio “público” é dividido por poucos.
Assim, em um tempo que, de forma mediata, cada brasileiro vai sendo envolvido por pessoas que estão mais para “cataratas” do que para “cachoeira”, é de bom alvitre, porém, que se note, também, existir uma crescente indignação pairando no ar, principalmente devido à sensação de que, inúmeros outros casos, iguais ou piores, jamais serão noticiados.

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