quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O MÊS DOS IMPOSTOS EM UM BRASIL DE TRIBUTOS
Alberto Rostand Lanverly
Membro das Academias Maceioense e Alagoana de Letras e do IHGAL
                

O brilho dos fogos de artifícios iluminando os céus do Brasil na noite de réveillon ainda ornamentam nossas retinas e janeiro já se prepara para dar adeus, definitivamente, passando a ser uma pagina virada no calendário dos acontecimentos.
         Usualmente, poucas coisas acontecem nos primeiros trinta dias de cada novo ano. Neste período, as pessoas buscam o descanso, exageram na cerveja e na comida, relaxam nos exercícios e, o que é pior, quase sempre ganham um sobrepeso que, com o passar dos tempos, cada vez mais difícil se torna extirpá-lo no corpo dos brasileiros.
         É também nesta época que os governantes, talvez embriagados pela influência do sol que, no Nordeste, tanto queima a relva nos campos quanto aferventa o asfalto das estradas, ou anestesiados pela força da chuva quando, no Sul e Sudeste, destrói cidades e inunda plantações, insistem em esquecer serem também de carne e osso e imputam à sociedade uma serie de impostos responsáveis por asfixiar os trabalhadores e engessar o crescimento empresarial da nação, penalizada com uma carga tributária considerada uma das maiores do mundo e a segunda maior da America Latina, somente perdendo para a de Cristina Kirchner, a Dilma dos hermanos do Cone-Sul.
         Por definição, impostos são valores pagos por pessoas físicas ou jurídicas. O total arrecadado, teoricamente, deveria custear gastos com saúde, segurança, educação, transporte, cultura, salários de funcionários públicos, alem de servir para investimentos os mais variados (sic!!!). Já se disse que o Estado nunca é tão eficiente como quando quer dinheiro.
         Janeiro é mês de IPTU, IPVA, IOF, IPI, ITR, ICMS, ITBI, ISS. É  também tempo de lembrar os impostos do CREA, do Parque das Flores, dos Bombeiros, da iluminação pública, da SPU, do Clube de Engenharia, do Confea, sem falar nos preparativos para o IR do Leão cada vez mais voraz, nem esquecer o PIS, Cofins, CLTS e as taxas bancarias que sempre se apresentam mais abusivas. Nunca é demais, também, esquecer as propinas...
         O mais impressionante é que sendo 2014 ano eleitoral, quase sempre as propagandas oficiais são realizadas por figuras estilo “pão com banha”, que, mesmo já havendo mudado de lado e opinião inúmeras vezes, tentam convencer a todos que amam a chuva, embora abrindo um sombreiro quando elas despencam do céu; que se dizem tietes do sol, mesmo buscando uma sombra quando o astro rei irradia energia; que idolatram o vento, apesar de enclausurarem-se por detrás das portas quando este sopra. Por estas razões, tremo nas bases quando os escuto defendendo os impostos, porque, com certeza, estes eles não pagam.
         Uma coisa é certa, a complexidade da legislação e o excesso de tributos são os maiores vilões em um Brasil que, apesar dos pesares, teima em andar a para frente.

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